quinta-feira, 7 de agosto de 2008

OU ELES ESTÃO MUITO BEM TREINADOS OU OS CHINESES SÃO SIMPÁTICOS MESMO


(Fotos de Leandro Taques)

Fui professora concursada no Curso de Jornalismo, pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e
pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Na minha Banca de examinadores na UFPR estavam mestres respeitados
como os pesquisadores e escritores
João Feder e Hélio de Freitas Puglielli.

Concorri com gente de estirpe,
aliás, nas duas Instituições de Ensino Superior.
Profissionais que eu admiro e respeito até hoje
e passei em primeiro lugar nas duas.

Senti muito medo e o peso da responsabilidade...
Como eu iria formar novas gerações de profissionais?
Perguntei isso ao mestre Hélio de Freitas Puglielli.

Generoso, ele me tranqüilizou:
-Apenas 5% dos alunos a ouvirão e lhe darão alegrias,
15% ainda vão estudar um pouco
e o restante vai tentar, apenas, passar de ano.

Pois bem, sou uma privilegiada,
porque muitos dos meus ex-alunos são, hoje,
meus colegas e me suplantam de longe.
São inteligentes, sagazes, criativos,
profissionais de primeira qualidade.

Cito apenas alguns deles: Rogério Galindo;
Maria Duarte; Helena Schweinberger;
Luciano Balarotti; Patrícia Stavis; Priscila de Holleben;
Gisele Nascimento; Eduardo Militão;
Melissa Bergonsi; Clarissa Grassi
e Leandro Taques,
entre outros nomes de profissionais valorosos,
sensíveis e éticos que me fazem ver que
a vida vale a pena, quando a alma não é pequena.

E eu só tenho de agradecer a cada uma dessas pessoas
maravilhosas, como a quem me levou, pela primeira vez,
para dentro de um Jornal de verdade,
'O Estado do Paraná",
o jornalista Mussa José Assis;
depois, a quem me deu a oportunidade de escrever,
sem qualquer correção, da maneira que eu sei,
no Jornal hora H, jornalista Cícero do Amaral Cattani,
onde eu tive a oportunidade de ganhar um Prêmio Esso.

Aliás, no Paraná, continuo sendo a única mulher jornalista
detentora de um Prêmio Esso.
Com o devido respeito aos homens,
meninas, entrem para este clube.
Por favor, garotas, não me deixem sozinha

E, para deleite de quem lê este Blog,
eis o trabalho de Leandro Taques, meu ex-aluno e atual colega,
um profissional de primeira grandeza:



Tudo bem, a tão fechada China está recebendo o mundo para as Olimpíadas, tudo está, segundo diversos relatos (jornalistas estrangeiros que trabalham por aqui e até muitos chineses) bem mudado. As ruas estão mais limpas, há menos pessoas e carros nas ruas, a cidade está no clima dos Jogos. Estamos em Pequim desde o dia 1º. de agosto e já andamos muito, cerca 20 km por dia.

Estivemos no Centro Olímpico, na Cidade Proibida, numa área de Hutongs (cidade velha), Hou Hai (botecos), mercado de eletrônicos, estações de metrô, restaurantes e outros. Apesar da dificuldade de comunicação, os chineses, em geral, são muito atenciosos e um pouco curiosos, conosco.

Na entrada da cidade proibida, por exemplo, nunca fui tão fotografado pelos turistas, todos chineses. No metrô, os que falam inglês logo puxam papo: - de onde vocês são, são jornalistas, estão aqui para os Jogos ... Cruzei com um camarada que é desenhista de histórias em quadrinhos e adora o Maurício de Souza.

No Centro Olímpico, o Hedeson foi abordado por um china que pedia seu autógrafo. Acabei assinando o cartão postal também.

Ontem, voltando de uma frustrada ida até a loja da Canon (estava fechada), parei para fotografar um vendedor e fomos abordados por um jovem recém formado e professor de inglês.

O papo foi rolando, qual a relação do Brasil com a América, que vocês acham do "Bushinho" e por aí foi. O cara vai ser nosso guia pela “verdadeira Beijing”. Vamos dar uma banda “fora” da “bolha” olímpica. Indaguei ao jovem sobre as restrições de acesso a certos sites na web. Perguntei se era verdade (já sabia essa resposta), o que ele achava disso. Respondeu de forma muito serena.

- Temos restrições, sim. Isso é necessário.
- O que você acha disso?
- Eu gosto daqui.

O cara me pareceu muito feliz!


Fotógrafo independente, free lancer e sem credencial é complicado né, tem de pagar pra entrar...

Nossos anfitriões, Nancy e o marido, Chao, super atenciosos e prestativos, nos perguntaram se estaríamos interessados em alguns bilhetes que tinham sobrado. Opa, na hora. Pelo mesmo preço que pagaram (200 yuan, cerca de R$ 50,00) vamos assistir o primeiro dia do vôlei de praia, no sábado, dia 9. Papo vem, papo vai, perguntei sobre outros ingressos...

A Nancy entrou em um site e jogou algo do tipo, “quero comprar ingressos para as Olimpíadas”. O celular de ambos não pára de receber mensagens desde então, e isso foi há dois dias.

Nos interessamos por uma partida de vôlei masculino (depois descobrimos que é Brasil X Polônia), o cara pagou 200 yuan e repassou por 800 (R$ 200,00). Acertada a compra por telefone fomos ao encontro do pinta na entrada de um Shopping. Um piazão, estudante, mas cheio dos cuidados. ..

Os ingressos, confesso, um tanto suspeitos, embrulhados em papel jornal. O Chao deu uma olhada, conferiu...gelei, pela cara do cidadão não parecia coisa séria.

De cara vi que o papel era diferente, uma impressão bem inferior a dos ingressos originais que Nancy tinha no passado. O cambista pegou carteira de identidade, disse que era estudante, mostrou recibos e garantiu que eram originais.

O Chao olhou pra mim e largou: O que que você acha? Hahahahahahaha, pensei: Vocês que são mestres em falsificações e você pede minha opinião?

Sei lá. Compramos. Depois do dia 16 eu conto como foi o jogo. Ou não.


(Textos de Leandro Taques, no http://www.blogdotaques.blogspot.com)

3 comentários:

Ômar Atique Sobhie disse...

Que o milênio está sendo dirigido pelas mulheres, já é sabido! O que muitas pessoas não sabem é que elas aliaram o poder à autoridade, como faz esta jornalista que assina este blog!

Pelo menos, com tais credenciais, minha suspeição passou a ser insuspeita! A mulher é de verdade, e não há risco de falsificação, como costuma ocorrer nos relatos da vivência na China!

Leandro Taques! Rendo minhas homenagens ao desbravador! Obrigado por trazer o outro lado do mundo para tão pertinho de nós!!!

Saudações aos leitores!

Ômar.

Vania Mara Welte disse...

Olá, meu amigo/irmão amado!


Nada de poder. Nada de autoridade.
Sou apenas um instrumento de Deus e uma pessoa privilegiada por estar rodeada de seres humanos tão raros e incríveis que eu posso, sem medo, me derramar em amor e admiração...

Imagine eu ter tido a sorte de ter um aluno como Leandro Taques... Você precisa conhecê-lo pessoalmente. Leandro também é um belo exemplar de beleza masculina. As meninas ficam embevecidas...

Leandro é inteligente, brilhante e acima de tudo, absolutamente, sensível.

Suas fotos e textos são pequenos espelhos de sua profundidade humana... e ousadia.

Ele é mais um presente de Deus em minha vida. Assim, como você e muitas pessoas especiais...

Abraços fraternos;

Vania Mara Welte

Clarissa Grassi disse...

Vania querida!
A honra foi toda nossa, pode ter certeza! Não me causa surpresa saber que obteve o primeiro lugar em ambos concursos, afinal, o resultado é mais do que justo!

Mulher guerreira, sensível, inteligente, inquieta, defensora das causas justas... A lista de elogios é deveras extensa!

Muita saudade de nossas aulas na Praça Santos Andrade, do bate papo, das dicas... O jornalismo só tem a ganhar com profissionais como você!

Sua amizade foi o melhor presente! Grande beijo!!