domingo, 19 de julho de 2009

DA AURORA ATÉ O LUAR

(Foto de Joka Madruga)



Quando você for dormir
Não se esqueça de lembrar
Tudo que aconteceu
Da aurora até o luar

Olho de janela
Nuvem de algodão
Pele de flanela
Sopa de vulcão
Borda de caneca
Bola de papel
Ferro na boneca
Lágrima de mel

Toda noite lembra o que aconteceu de dia
Sonha para o sono vir
Quando você for dormir
Quando você se deitar
Deixa o pensamento ir
Sem ter nunca que voltar

Música vermelha
Pássaro de flor
Chuva sobre a telha
Beijo de vapor
Riso no escuro
Lua de beber
Voz detrás do muro
Medo de morrer

Toda noite cria o que acontecerá de dia
Para o novo dia vir

(De Arnaldo Antunes)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

JORNALISTAS REALIZAM VIGÍLIA EM DEFESA DO DIPLOMA

Imagem do Site img131.imageshack.us

Profissionais, professores e estudantes de jornalismo
acenderão velas na escadaria da UFPR, em Curitiba,
para lembrar um mês da decisão que extinguiu a conquista


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) realizará uma vigília amanhã, sexta-feira, a partir das 18h, na escadaria do Prédio Histórico da UFPR (Praça Santos Andrade, 50, Centro de Curitiba), em defesa da formação superior específica para o exercício da profissão e contra a absurda decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucional esta conquista da categoria e da sociedade, que completaria 40 anos.

O sindicato providenciará velas, que serão acesas na escadaria do edifício. Jornalistas, professores de Jornalismo e estudantes e demais apoiadores estão convidados a participar da manifestação vestidos com roupas de cor branca. O início da preparação do ato está marcado para as 17 horas.

DIPLOMA

A manifestação marcará exatos 30 dias da malfadada decisão do STF no recurso extraordinário 511.961, relatada pelo presidente do órgão, ministro Gilmar Mendes, contrária à exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, embora o requisito (inciso V, do art. 4º, do decreto lei 972/1969) tenha passado 20 anos sob a égide da Constituição de 1988 e conte com amplo respaldo da sociedade brasileira (mais de 70% da população apóia a exigência).

A decisão do STF, que é a culminação de um longo processo de deterioração da profissão, encaminha a imprensa brasileira ao amadorismo e às reiteradas práticas antiéticas que caracterizaram o Jornalismo no período anterior à regulamentação. Some-se a isto a tendência à precarização das relações de trabalho nas empresas de comunicação, com o aviltamento de salários, a não observância da jornada e a extrapolação das funções pelos jornalistas.

Atentos a todos estes riscos, os jornalistas de todo o país, por meio dos sindicatos estaduais e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), estão se mobilizando para expressar a indignação com a decisão e alertar a sociedade para os riscos da desregulamentação da atividade. O Sindijor já realizou um ato em Curitiba no dia 24 de junho. Em outra frente, o movimento dos jornalistas acontece no Congresso Nacional para a aprovação de uma emenda à Constituição que restitua a obrigatoriedade do diploma. Duas propostas – uma na Câmara e outra no Senado – já foram apresentadas, e está sendo articulada a criação de uma Frente Parlamentar Mista em Defesa do Diploma.


Vigília em defesa do diploma

Quando: sexta-feira, dia 17 de julho,
a partir das 18 horas
Onde: Escadaria do Prédio Histórico da UFPR
Praça Santos Andrade, 50
Centro

Mais informações:
Sílvia Calciolari
Diretora administrativa Sindijor/PR
Fone: (41) 9967 3416


Sindicato dos Jornalistas Profissionais do PR
Rua José Loureiro, 211 Centro
80010-140 - Curitiba - PR

#######


Jornalista responsável:
Adir Nasser Junior
(MTE 3819/15/29v)

E-mail:
extrapauta@sindijorpr.org.br

Fones:
(41) 3224-9296
(41) 9678-4554

domingo, 12 de julho de 2009

HOJE O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE COMPLETA 19 ANOS DE EXISTÊNCIA




Foto do Site www.fmc.am.gov.br







(Desconheço o autor desta foto)


Foto do Site www.depositonaweb.com.br

Foto Leandro Taques
Foto babyinmuseum_118
Foto de Rogério Theodorovy



Nesta segunda-feira, 13,
o Estatuto da Criança e do Adolescente – o ECA - ,
Lei 8069/90, completa 19 anos de existência.
A homenagem deste Blog a todos os pequenos,
em especial aos brasileirinhos,
na esperança de um futuro melhor


Parece que foi ontem que um grupo eclético, de profissionais e lideranças, se reunia, de tempos em tempos, para ajudar a formatar e dar vida ao Estatuto, privilegiando a defesa dos direitos de nossas crianças e adolescentes. Eram discussões intermináveis. E não era para menos, a responsabilidade era enorme. É ainda imensa.

Assim, depois de dezenas de análises, discussões e decisões o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, ficou pronto. O documento prevê ações e políticas públicas, para tentar dar proteção integral às crianças e adolescentes, definidos como sujeitos de direitos e que se encontram em desenvolvimento (Art. 1º a 6º). O ECA ainda dá à família, à sociedade e ao Poder Público a obrigação de garantir esses direitos.

Combatido por muitos, que não conhecem o seu teor, o ECA representa o comprometimento legal do Brasil à assinatura de Convenções e Declarações Internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos das Crianças (1959), a Convenção sobre os Direitos das Crianças (1989) e é o resultado de lutas sociais em defesa das garantias dos direitos de todos os brasileirinhos.

Aliás, o ECA está também baseado na Carta Magna que diz:

“É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.”

(Constituição Federal – Art.277)


Infelizmente, nem o ECA e nem a Constituição Federal são totalmente respeitados no país. Assim, as maiores vítimas desta omissão, desta irresponsabilidade e deste pouco caso são as nossas crianças. A infância agredida é mutilada a cada dia neste país.

Mas a ninguém é dado o direito de omissão, porque pode não ser o meu, o seu filho ou filha, mas é um pequeno ser humano, indefeso que precisa de ajuda, proteção e amor. E dar a devida atenção a essas pequenas criaturas é, no mínimo, um ato de cidadania.

É necessário dar um basta ao preconceito, à indiferença, ao desconhecimento e ao descumprimento dos artigos do ECA. Está na hora de pensarmos na proteção e na defesa do filhote do bicho homem e não apenas da baleia, dos ursos pandas e de outras vidas.

RETRATO DA INFÂNCIA

"Felicidade é a gente poder olhar para trás e encontrar esse vago mundo em “sol menor” que se chama infância. Adivinhação da vida. Bem sei que, com muita gente, acontece essa coisa estranha: torna-se adulto sem ter sido criança. Ou, o que é pior: ter sido criança sem ter tido infância.

A infância, para mim, não é apenas e simplesmente uma idade, mas justamente aquele mundo de pequeninas coisas que tornam inconfundível na lembrança um tempo de alegria, um tempo em que conhecemos a felicidade sem ao menos nos apercebermos dela. "

(Retrato da Infância é parte do poema de J.G. de Araújo Jorge)

sábado, 11 de julho de 2009

SARNEY É UM HOMEM INCOMUM

(Leandro Fortes

(Pobreza no Maranhão - Imagem do Site ci.i.uol.com.br)

Recebi o texto abaixo de meu amigo/irmão, o brilhante jornalista, escritor e poeta Zeca Correa Leite, que havia recebido de outra amiga/irmã, a também brilhante filósofa, artista plástica e escritora Maria Inês Hamann Peixoto. Ambos são pessoas incríveis, éticas, generosas e preocupadas com os destinos do país.

No fim da década de 80, a minha afilhada querida, a jornalista Maria José Coelho, a Zezé, tinha uma amiga - também jornalista - que morava no Maranhão. As duas sempre se comunicavam, por cartas, e Zezé me contava o conteúdo de algumas dessas missivas. Todas descreviam o horror em que vivia o pobre e sofrido povo do Maranhão. "Um feudo do coronel José Sarney", dizia a amiga do Maranhão. Da década de 80 até os dias de hoje nada mudou, infelizmente.

No e-mail de Zeca, ele me diz:

" Querida Vania
Quando puder, reserve cinco minutos de seu tempo para ler este texto brilhante de Leandro Fortes. Contundente, preciso, honesto, objetivo."

Zeca.

Eis o texto de Leandro Fortes:

"Tem razão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao afirmar que José Sarney não pode ser julgado como um homem comum. É verdade. O homem comum, esse que acorda cedo para trabalhar, esse homem, que perde horas no transporte coletivo e nas muitas filas da vida para, no fim do mês, decidir-se pelo descanso ou pelas contas, esse homem comum é, basicamente, honesto e solidário. Sarney é o homem incomum.

Há anos, nem me lembro mais quantos, os principais colunistas e repórteres de política do Brasil, sobretudo os de Brasília, reputam ao senador José Sarney uma aura divinal de grande articulador político, uma espécie de gênio da raça dotado do dom da ponderação, da mediação e do diálogo. Na selva de preservação de fontes que é o Congresso Nacional, estabeleceu-se entre os repórteres ali lotados que gente como Sarney - ou como Antonio Carlos Magalhães, em tempos não tão idos - não precisa ser olhada pelas raízes, mas apenas pelas folhagens.

Esse expediente é, no fim das contas, a razão desse descolamento absurdo do jornalismo brasiliense da realidade política brasileira e, ato contínuo, da desenvoltura criminosa com que deputados e senadores
passeiam por certos setores da mídia.

Olhassem Sarney como ele é, um coronel arcaico, chefe de um clã político que há quatro décadas domina a ferro e fogo o Maranhão, estado mais miserável da nação, os jornalistas brasileiros poderiam inaugurar um novo tipo de cobertura política no Brasil. Começariam por ignorar as mentiras do senador (maranhense, mas eleito pelo Amapá), o que reduziria a exposição de Sarney em mais de 90% no noticiário nacional. No Maranhão, a família Sarney montou um feudo de cores patéticas por onde desfilam parentes e aliados assentados em cargos públicos, cada qual com uma cópia da chave do tesouro estadual, ao qual recorrem com constância e avidez. O aparato de segurança é utilizado para perseguir a população pobre e, não raras vezes, para trucidar opositores. A influência política de Sarney foi forte o bastante para garantir a derrubada do governador Jackson Lago, no início do ano, para que a filha, Roseana, fosse reentronizada no cargo que, por direito, imaginam os Sarney, cabem a eles, os donatários do lugar.

José Sarney é uma vergonha para o Brasil desde sempre. Desde antes da Nova República, quando era um político subordinado à ditadura militar e um representante mais do que típico da elite brasileira eleita pelos
generais para arruinar o projeto de nação - rico e popular - que se anunciava nos anos 1960. Conservador, patrimonialista e cheio dessa falsa erudição tão típica aos escritores de quinta, José Sarney foi o último pesadelo coletivo a nós impingido pela ditadura, a mesma que ele, Sarney, vergonhosamente abandonou e renegou quando dela não podia mais se locupletar. Talvez essa peculiaridade, a de adesista profissional, seja o que de mais temerário e repulsivo o senador José Sarney carregue na trouxa política que carrega Brasil afora, desde que um mau destino o colocou na Presidência da República, em março de 1985, após a morte de Tancredo Neves.

Ainda assim, ao longo desses tantos anos, repórteres e colunistas brasileiros insistiram na imagem brasiliense do Sarney cordial, erudito e mestre em articulação política. É preciso percorrer o interior do Maranhão, como já fiz em algumas oportunidades, para estabelecer a dimensão exata dessa visão perversa e inaceitável do jornalismo político nacional, alegremente autorizado por uma cobertura movida pelos interesses de uns e pelo puxa-saquismo de outros. Ao olhar para Sarney, os repórteres do Congresso Nacional deveriam visualizar as casas imundas de taipa e palha do sertão maranhense, as pústulas dos olhos das crianças subnutridas daquele estado, várias gerações marcadas pela verminose crônica e pela subnutrição idem. Aí, saberiam o que perguntar ao senador, ao invés de elogiar-lhe e, desgraçadamente, conceder-lhe salvo conduto para, apesar de ser o desastre que sempre foi, voltar à presidência do Senado Federal.

Tem razão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao afirmar, embora pela lógica do absurdo, que José Sarney não pode ser julgado como um homem comum. É verdade. O homem comum, esse que acorda cedo para trabalhar, que parte da perspectiva diária da labuta incerta pelo alimento e pelo sucesso, esse homem, que perde horas no transporte coletivo e nas muitas filas da vida para, no fim do mês, decidir-se pelo descanso ou pelas contas, esse homem comum é, basicamente, honesto e solidário. Sarney é o homem incomum. No futuro, Lula não será julgado pela História somente por essa declaração infeliz e injusta, mas por ter se submetido tão confortavelmente às chantagens políticas de José Sarney, a ponto de achá-lo intocável e especial. Em nome da governabilidade, esse conceito em forma de gosma fisiológica e imoral da qual se alimenta a escória da política brasileira, Lula, como seus antecessores, achou a justificativa prática para se aliar a gente como os Sarney, os Magalhães e os Jucá.

Pelo apoio de José Sarney, o presidente entregou à própria sorte as mais de seis milhões de almas do Maranhão, às quais, desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2003, só foi visitar esse ano, quando das
enchentes de outono, mesmo assim, depois que Jackson Lago foi apeado do poder. Teria feito melhor e engrandecido a própria biografia se tivesse descido em São Luís para visitar o juiz Jorge Moreno. Ex-titular da comarca de Santa Quitéria, no sertão maranhense, Moreno ficou conhecido mundialmente por ter conseguido erradicar daquele município e de regiões próximas o sub-registro civil crônico, uma das máculas das seguidas administrações da família Sarney no estado. Ao conceder certidão de nascimento e carteira de identidade para 100% daquela população, o juiz contaminou de cidadania uma massa de gente tratada, até então, como gado sarneyzista. Por conta disso, Jorge Moreno foi homenageado pelas Nações Unidas e, no Brasil, viu o nome de Santa Quitéria virar nome de categoria do Prêmio Direitos Humanos, concedido anualmente pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República a, justamente, aqueles que lutam contra o sub-registro civil no País.

Em seguida, Jorge Moreno denunciou o uso eleitoral das verbas federais do Programa Luz Para Todos pelos aliados de Sarney, sob o comando, então, do ministro das Minas e Energia Silas Rondeau - este um empregado da família colocado como ministro-títere dentro do governo Lula, mas de lá defenestrado sob a acusação, da Polícia Federal, de comandar uma quadrilha especializada em fraudar licitações públicas. Foi o bastante para o magistrado nunca mais poder respirar no Maranhão. Em 2006, o Tribunal de Justiça do Maranhão, infestado de aliados e parentes dos Sarney, afastou Moreno das funções de juiz de Santa Quitéria, sob a acusação de que ele, ao denunciar as falcatruas do clã, estava desenvolvendo uma ação político-partidária.

Em abril passado, ele foi aposentado, compulsoriamente, aos 42 anos de idade. Uma dos algozes do juiz, a corregedora (?) do TRE maranhense, é a desembargadora Nelma Sarney, casada com Ronaldo Sarney, irmão de José Sarney.

Há poucos dias, vi a cara do senador José Sarney na tribuna do Senado. Trêmulo, pálido e murcho, tentava desmentir o indesmentível. Pego com a boca na botija, o tribuno brilhante, erudito e ponderado, a raposa velha indispensável aos planos de governabilidade do Brasil virou, de um dia para a noite, o mascate dos atos secretos do Senado. Ao terminar de falar, havia se reduzido a uma massa subnutrida de dignidade, famélica, anêmica pela falta da proteína da verdade. Era um personagem bizarro enfiado, a socos de pilão, em um jaquetão coberto de goma.

Na mesma hora, pensei no povo do Maranhão."


(Artigo de Leandro Fortes, jornalista; repórter de Carta Capital; dono do Blog Brasília, eu vi; escritor; autor dos livros Jornalismo Investigativo; Cayman: o dossiê do medo e outros ... )

sexta-feira, 10 de julho de 2009

IGOR MOREIRA GOMES, O "MAGO" DA FOTOGRAFIA











Salve!

Igor, sua alma é linda.
Sua sensibilidade e seu olhar extrapolam a realidade do dia-a-dia,
daí a beleza de seu trabalho.
Gosto muito disto.

A vida vai muito além das pequenas misérias humanas,
em especial, do poder e da fama.
A riqueza da vida está nas relações humanas verdadeiras,
no amor, na amizade, no brilho da luz da manhã,
no contraste da luz e sombras,
nos reflexos de uma simples poça d'água,
na suavidade da bruma do amanhecer,
no esplendor de um pôr-do-sol,
na exuberância das cores das flores,
na inocência da lágrima sentida de uma criança,
na beleza irretocável da adolescência,
na juventude guardada no verniz do esmalte carmim
de uma linda senhora que divaga,
enquanto o país bélico desfila ao seu lado.

O que dizer, então,
de uma porteira fechada
tendo à sua frente a luz mágica de um amanhecer?

Igor, seu olhar de artista,
generoso, sensível, humano
e profundo percebe essas nuances da vida.

Belíssimo trabalho.
Parabéns!

VMW

quinta-feira, 9 de julho de 2009

ABERTA A TEMPORADA DE CAÇA A JORNALISTAS

Danilo Gentili - CQC - apanha no Senado da República
(Foto do Site www. estadao.com.br)



Que o Brasil é um lugar perigoso para o exercício da profissão de jornalista, isso é: está entre piores do mundo, conforme levantamentos de organizações mundiais como a Repórteres sem Fronteiras. Mas a situação ruim já ficou para trás: agora é péssima. Em pouquíssimos dias, seis pessoas no exercício da profissão de jornalistas foram insultadas e agredidas fisicamente; e uma sétima foi presa.

Em um caso, a agressão partiu de uma multidão de torcedores de futebol, pouco antes de uma partida decisiva (em que seu time perderia o título); em outro, de um segurança extremamente zeloso com o nervosismo de seu patrão e a manutenção de seu emprego – certamente mais bem remunerado e aquinhoado que o de seus colegas de profissão. Mas, em cinco casos, a agressão e as arbitrariedades ocorreram a sangue-frio.

Ou nos movimentamos, exigindo punições e acompanhando os processos, ou haverá muita gente achando que vai resolver seus problemas com a opinião pública agredindo – ou ferindo, ou prendendo, ou matando – os jornalistas.


CQC 1

Danilo Gentili, do programa CQC, comandado pelo jornalista Marcelo Tas, queria falar com o presidente do Senado, José Sarney, sobre a crise que enfrenta. Há quem diga que o pessoal do CQC é inconveniente; talvez o seja. Mas o que este colunista sempre aprendeu é que não há perguntas inconvenientes. O que pode ser inconveniente é a resposta.


A pergunta de Gentili versava sobre a perda de poder de Sarney, depois de tantos anos sem contestação. Um segurança nem o deixou aproximar-se: levantou-o pelos braços e jogou-o longe. Gentili, irritantemente calmo, perguntou do chão como Sarney se sentia tendo perdido poder. O presidente do Senado não respondeu. Mais tarde, o segurança procurou Gentili, encontrou-o e deu-lhe um soco. Pelo que diz a Polícia Legislativa, o segurança, por apelido "Picolo”, não é funcionário da Casa.


E a Polícia Legislativa, formada por funcionários da Casa, não se moveu para impedir que alguém que, nem funcionário é, agrida quem o incomoda.


CQC 2

Felipe Andreoli, do CQC, estava no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, pouco antes do jogo em que o Inter perderia o título brasileiro para o Corinthians. Seu objetivo era gravar entrevistas com a torcida. Um grupo de torcedores do Internacional nem esperou que ele começasse: começou a xingá-lo e o atacou a socos e pontas-pé. Por sorte, um grupo de seguranças do Internacional interveio rapidamente, ajudado por alguns torcedores, e conseguiu proteger Andreoli e equipe. Mas o caro colega já pensou se os seguranças do Inter, que foram competentes e profissionais, agissem (ou não agissem) como a Polícia Legislativa?


ADVOGADO BRIGÃO

O advogado Francisco Rogério Del Corsi, defensor de Camila Dolabela, acusada de matar uma jovem num jogo de RPG, comportou-se mal a prestações. No primeiro dia, ao chegar ao Fórum de Ouro Preto, MG, no dia 1º de julho, jogou o carro contra uma repórter de TV, não conseguindo por pouco consumar o atropelamento. No dia 2, na porta do Fórum, deu um soco no fotógrafo do jornal Estado de Minas, Emmanuel Pinheiro. O soco acertou a máquina, que bateu no rosto de Pinheiro. Em seguida, ameaçou: "Depois encontro o senhor na hora em que o senhor quiser”. Voltando-se para o fotógrafo do jornal O Tempo, Bruno Figueiredo, insultou sua mãe. E esbravejou: "Vocês são vagabundos, despreparados. Vocês sequer têm diploma!”


Pois é: ele, o causídico, que xingou, agrediu e tentou atropelar, tem diploma.

A ARBITRARIEDADE

Thiago Guimarães, repórter do Diário da Região, de São José do Rio Preto, SP, numa reportagem sobre tráfico de drogas, comprou quatro pacotes de maconha, "para mostrar a facilidade com que se comerciam drogas na cidade”. Como conta, basta encostar o carro, pedir, pagar e receber. Não há qualquer risco de ser preso: durante todo o tempo em que fez a reportagem, Thiago Guimarães não encontrou nenhum carro policial. Em seguida, Thiago foi à Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes para entregar a maconha ao delegado Fernando Augusto Nunes Tede. O delegado não hesitou: prendeu o jornalista, "por adquirir droga sem autorização ou em desacordo com determinação legal” (artigo 33 da lei 11.343/06).


Naturalmente, o delegado estava errado: não pode ser preso por porte de drogas quem se apresenta por livre e espontânea vontade. Mas, se o jornal não tivesse encontrado rapidamente um advogado, Guimarães dormiria na cadeia e lá ficaria até conseguir um habeas corpus. Guimarães, o repórter, ficaria preso. Já o pessoal que vende maconha sem ser incomodado continua tranqüilo. Mas a Polícia promete investigar as denúncias do Diário da Região.Os sindicatos têm protestado contra a onda de violência, mas é pouco: é preciso haver mobilização geral contra a escalada de arbítrio e de agressões. Será ilegal ou anti-ético levantar as atividades dos que agem com violência e arbitrariedade contra os jornalistas e, se forem ilegais, publicá-las, tudo direitinho, com a versão de todas as partes e ampla documentação, para que eles tenham algo com que se preocupar além de agredir quem esteja trabalhando?


CURIOSIDADE MATINAL


Deve ter sido assim, com certeza. Um dia, o repórter acordou, tomou seu banho e, enquanto fazia a barba, pensou: será que o casal Nardoni não estará brigando? Seria uma bela história! Vamos verificar!


O casal Nardoni é o que foi acusado de matar a menina Isabella, 6 anos. Ambos estão presos, sem julgamento, há mais de um ano.


O repórter, em seu surto de curiosidade matinal, "tem acesso” (é uma maneira elegante de dizer que alguém, interessado no caso, forneceu informações que deveria manter sob sigilo) à correspondência trocada pelo casal e garante que a última carta de amor foi enviada por ele a ela, no fim do ano passado; e a resposta dela é, digamos, burocrática, sem manifestações de carinho, e tratando apenas de temas do dia-a-dia. E que, de lá para cá, as cartas são sempre triviais, sem expansões amorosas.


Temos então a reportagem: as cartas, que não podem ser mostradas; os advogados, que não ouviram falar do caso (logo, "não confirmam mas também não desmentem”), e uma ampla side-story mostrando que casais que cometeram crimes juntos normalmente se separam depois de presos. Ou seja, os dois, que não foram ainda nem submetidos a julgamento, já são apontados como autores do crime.


Pois é. Quantas vezes um repórter não procura uma empresa e diz algo como, "lendo o Diário Oficial agora de manhã, encontrei uma informação que gostaria de ampliar”, etc., etc?


Agora, diga: quantos jornalistas o caro colega conhece que têm, como hábito diário e matinal de leitura, o Diário Oficial?


TALEB, MAIS QUE AMIGO


Jorge Antônio Taleb, turcão expansivo, cordial, gente fina, excelente jornalista, amigo a toda prova, morreu há poucos dias, em Goiânia. Jorge Taleb conseguiu tudo na vida: exerceu a profissão de que gostava, do jeito que gostava. Casou-se com uma mulher inteligente, amorosa, profissionalíssima, bonita e elegante. Sua filha, Carolina, linda desde criancinha, nunca deu trabalho para estudar (nem para entrar direto na faculdade, nem para se tornar dentista). Seus amigos sempre foram capazes de brigar por ele. E ele foi capaz de, amigo de muitos políticos, de muitos empresários, de muita gente rica e poderosa, continuar vivendo de maneira simples, dispondo apenas daquilo que o trabalho incessante e honesto lhe proporcionou.


Você já está fazendo falta, Turcão! Desde que a tremenda luta contra o câncer começou, já faz mais de dois anos, Jorge Taleb começou a fazer falta. O câncer, mais o agressivo tratamento contra o câncer, deixaram-no fraco. Mas não parou de trabalhar: até os últimos dias, quando teve de ser internado e não mais deixou o hospital, escreveu seu blog, escreveu para o Diário da Manhã, conversou com os amigos – quase sem voz, quase sem forças, mas com o coração transbordante.


Os amigos goianos que me desculpem; mas, com a morte de Jorge Taleb, fica muito difícil visitá-los. Chegar ao aeroporto sem encontrar o Turco é como trazer de volta uma enxurrada de lembranças. Como explicar a quem estiver por perto o motivo das lágrimas em público?

(Texto do jornalista Carlos Brickmann, para o Observatório da Imprensa, em sua Coluna Circo da Notícia, do dia 07.07.2009)

domingo, 5 de julho de 2009

E QUANDO A POLÍCIA ERRA?

Policiais fazem buscas no Morro do Boi, em Caiobá,
três dias depois do crime:
falta de provas prejudica investigação.
Sucessão de falhas no inquérito
do crime do Morro do Boi, em Caiobá,
leva polícia a ter dois suspeitos e muitas dúvidas.
Há riscos de nenhum dos dois ser condenado



Até cinco dias atrás a polícia do Paraná gabava-se de sua eficiência ao “elucidar” um dos crimes de maior repercussão do estado. Derrubou os álibis possíveis, exorbitou de suas funções, investiu nas provas para indiciar, em fevereiro deste ano, Juarez Ferreira Pinto, exibido ao público como assassino de Osíris Del Corso e agressor de Monik Pegorari de Lima. Quatro meses depois, Paulo Delci Unfried, preso por assalto e estupro, confessou o crime. De repente, a polícia se viu dando um tiro a esmo e acertando a própria reputação. Tem agora um crime, dois suspeitos e uma lista de equívocos. A sucessão de erros fez do caso uma peça exemplar de como não se conduz uma investigação policial.

Em 31 de janeiro, Osíris foi morto a tiros e Monik, agredida e molestada sexualmente no Morro do Boi, no litoral paranaense. Em 17 de fevereiro, Juarez foi preso com base no retrato falado. Dois dias depois, Monik o reconheceu, mesmo sem provas materiais contra ele. Em 26 de fevereiro, a polícia encerrou o caso e indiciou Juarez. Em 25 de junho, Unfried foi preso e exames comprovaram ter saído da arma dele a bala que matou Osíris. Foi o suficiente para abalar a convicção do coordenador da investigação, o delegado Luiz Alberto Cartaxo, que havia descartado as provas da defesa de Juarez. O caso, tido como resolvido, acabou entrando para os anais jurídicos do estado como um dos casos mais complexos.

Êxito depende da prática do investigador

Para a especialista criminal Walkyria Carvalho, professora de Direito Processual Penal em Pernambuco, as falhas na investigação criminal surgem ao colher depoimentos, com perguntas mal formuladas, manipulação de provas sem cautela para preservar a cena do crime, pré-julgamento de inocentes. O problema é que as instituições de segurança não treinam os investigadores e, assim, policiais atuam sem ter habilidade com armas, sem técnicas de investigação, sem noções de direitos humanos, confiando sua instrução apenas em cursos on-line, quando a atividade de rua é prática.

Sem provas, ambos são "inocentes"

Se não surgirem novos e consistentes indícios, o crime do Morro do Boi pode acabar sem um culpado. A opinião é comum a três advogados criminalistas ouvidos pela reportagem da Gazeta do Povo. Para eles, não há provas suficientes contra os dois suspeitos: Juarez Ferreira Pinto e Paulo Delci Unfried. “As provas contra um colocam dúvidas sobre a autoria do outro. Existe dúvida. E a dúvida é pró-réu. Acho difícil que algum juiz considere alguém culpado sem ter certeza, com tantas lacunas”, diz o advogado Antônio Figueiredo Basto.

Para polícia, recursos são suficientes para elucidar crimes

Não faltam recursos nem tecnologia para elucidar os crimes que acontecem no Paraná, segundo o delegado-chefe do Centro de Operações Especiais Policias (Cope), Miguel Stadler. Para ele, a polícia tem todos os recursos de que precisa para chegar aos criminosos.

Na crítica do promotor de Justiça Valmir Soares Santos, do Distrito Federal, o que a polícia fez foi inverter a ordem da investigação. Pela falta de formação técnica, diz Santos, os investigadores são treinados para solucionar os crimes partindo de um suspeito, de quem se deve obter uma confissão de crime, passando então a buscar os elementos que confirmem as suspeitas, na maioria provas testemunhais, invertendo assim a ordem correta da investigação, que deveria partir dos elementos materiais (técnicos) para o encontro da autoria criminosa. A polícia repetiu nesse caso os erros de outro episódio de grande repercussão.

Caso Rachel

A necessidade de uma rápida solução para o crime do Morro do Boi veio num momento em que a polícia ainda ouvia os ecos das cobranças pelo fracasso nas investigações do assassinato de Rachel Maria Lobo Genofre, de 9 anos, cujo corpo foi encontrado dentro de uma mala na Rodoferroviária de Curitiba, com vestígios de abuso sexual e estrangulamento. Um mês depois do crime, ocorrido em 4 de novembro, um homem chegou a ser preso em Itajaí (SC). Antes de inocentado pelo exame de DNA, ele foi apontado como “suspeito número 1”, também por já ter ficado preso durante 18 anos por homicídio, estupro e atentado violento ao pudor.

“O erro acontece quando, muito afoita, a polícia quer achar um culpado”, diz o sociólogo Michel Misse, do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo ele, o trabalho da polícia não é procurar culpado, é encontrar o suspeito, levantar provas, ouvir pessoas, fazer relatório do que encontrou e deixar que a culpa se confirme no julgamento. Contudo, muitas vezes a polícia se precipita e leva parte da imprensa a formar juízo precipitado.

Erros capitais

O advogado João Ricardo Noronha, que por 20 anos foi delegado de polícia no Paraná, aponta dois erros capitais na investigação do crime do Morro do Boi: precipitação e falta de cautela. Precipitação porque a polícia quis mostrar serviço apresentando uma “solução” frente à repercussão do caso na mídia e às cobranças da opinião pública. Falta de cautela porque a polícia colocou sua dedução e convicção da culpa de Juarez acima de provas técnicas. Para o advogado, não há prova concreta que o incrimine. Segundo ele, não houve cautela também na divulgação do caso, o que deixa o estado numa situação de réu diante de uma possível ação indenizatória.

Noronha discorda de Cartaxo, para quem o reconhecimento feito pela vítima tem o mesmo peso que a prova de balística. “Uma prova é subjetiva, outra é técnica. O indício da polícia técnica é livre de emoção”, explica. A prova balística, portanto, daria mais segurança. Porém, um indício isolado não serve para elucidar o caso. “Então, ter um ou outro não te autoriza a dizer que tem absoluta certeza de que alguém é o autor do crime”, diz.

Prova frágil

A principal falha na investigação é o excesso de provas testemunhais, sobretudo as fornecidas pelos próprios policiais, segundo o promotor de Justiça Valmir Soares Santos, do Distrito Federal. “A prova testemunhal é frágil e insegura, sujeita a modificações e contradições pelo passar do tempo”, diz. “Nas entrevistas concedidas por policiais, desde o primeiro momento da investigação, eles já procuram criar na população a ideia de que a pessoa presa é culpada, passando para sociedade a falsa impressão de que são os policiais os encarregados de fazer justiça, independentemente do resultado do processo”, enfatiza. Exorbitam, portanto, de suas funções.

Santos, que foi policial federal por dez anos antes de ser promotor de Justiça, diz que as instituições policiais atuam para manter o sistema de justiça criminal sob pressão, induzindo a população a acreditar que é a polícia a responsável pela realização da Justiça. Assim, estimulam preconceitos do tipo “a polícia prende e o Ministério Público e a Justiça soltam”. Para ele, é uma visão maniqueista. “Não informam, contudo, que a soltura de eventuais suspeitos e a absolvição dos acusados ocorrem exatamente pelas falhas e ilegalidades ocorridas durante a investigação policial, baseada na imensa maioria dos casos na frágil prova testemunhal.”

De acordo com o promotor do DF, o erro começa na formação pouco técnica do policial, o que o estimula a basear a investigação nas suas próprias impressões e testemunhos. Para ele, a maioria dos policiais (investigadores, escrivães, peritos, papiloscopistas) nem sequer tem conhecimentos básicos de direito penal e processo penal, e muitas vezes deixam de preservar o local do crime para coleta da prova pericial, impedindo o localização de elementos técnicos e materiais que contribuam para a solução da autoria do crime. E este é só um dos impeditivos para que a investigação tenha uma direção técnica e científica.

A fragilidade da prova testemunhal e a ausência de provas técnicas transformam a ação penal num “processo espírita”. Assim, a solução da controvérsia penal se baseia num exercício de fé, isto é, ou se acredita naquilo que os policiais afirmam e condena o réu, ou o absolve acreditando-se na sua negação do crime. “Se as investigações estivessem baseadas em elementos materiais e técnicos, as provas testemunhais seriam usadas somente de forma acessória, transformando o processo em uma peça técnica e científica, levando a uma sensível melhora na aplicação da Justiça, libertando, ainda, toda a sociedade brasileira da opressão do sistema policialesco que existe no Brasil.

CONTRADIÇÕES

Desde que o caso do Morro do Boi começou a ser investigado, a polícia se contradisse em alguns pontos da investigação:

Exame de DNA

> A polícia apostava na camiseta polo amarela com manchas de sangue, encontrada no morro, como uma forma de chegar ao criminoso. O exame de DNA deu negativo quando comparado ao sangue do acusado, Juarez Ferreira Pinto. A peça de roupa foi descartada das investigações porque o tamanho seria pequeno para os suspeitos que foram presos.

Homicídio ou latrocínio

> Primeiro a polícia trabalhava com a hipótese de homicídio e depois mudou a versão para latrocínio (roubo seguido de morte).

Isolamento do local do crime

> A polícia diz que isolou o Morro do Boi, mas muitas pessoas disseram que tiveram acesso ao local depois que aconteceu o crime e ainda durante as investigações.

Balística

> Alguns especialistas questionam porque a polícia não fez o exame de luva de parafina que poderia comprovar se Juarez Ferreira Pinto tinha resquícios de pólvora na mão.

DNA na Monik

> Também questiona-se porque não foi coletado material genético debaixo das unhas da vítima Monik Pegorari, já que ela afirmou ter batido e arranhado o criminoso.


(Foto de Daniel Castellano e texto do jornalista Mauri König,veiculados no Jornal Gazeta do Povo, neste domingo, 05.07.2009)

NOTA DESTE BLOG:

Ótima matéria do excelente e multi-premiado jornalista Mauti König. Toda esta análise remete para o passado, para um caso muito mais polêmico e que ficou conhecido, mundiamente, como "As Bruxas de Guaratuba", em que todos os sete acusados juram inocência. Infelizmente, em vão.

Então, o que dizer de um caso em que a "polícia erra e a justiça sacramenta o erro?"

ATÉ UM DIA, HILDEGARD MARIA LUÍZA SOWINSKI

(Bela foto de autor que eu desconheço)

Lei de física, verdade ou crendice, mas, diz-se que se um fato acontece duas vezes, ele se repetirá pela terceira vez. E por mais incrível ou fantástico que isso possa parecer, antes do dia 25 de setembro, morreu a terceira pessoa de nossa família: Hildegard Maria Luíza Sowinski, a avó materna de nosso amado sobrinho, o mais jovem membro de nossa família, Alexandre Sowinski Welte. Ela se foi na madrugada desta quinta-feira, 02.07.2009.

Agora, aonde Alexandre está, tem a companhia de todos os avós, maternos e paternos.

Que todos descansem em Paz!

É muito luto para uma só família.

Vamos rezar para que as mortes cessem aqui. Chega! Basta!
VMW