domingo, 31 de outubro de 2010

VIVAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!

AVE!!!
DILMA ROUSSEFF!!!


A nova presidente do Brasil.
Ela faz história.
É a primeira vez que uma mulher comanda o país.
Vida longa e sucesso
em tudo o que fizer em favor do Brasil.

VMW

ESTÁ CHEGANDO A HORA...

Falta pouquinho
para anunciar o novo nome
à Presidência da República do Brasil!

BOM DIA BRASIL!

Peço licença ao amigo e baita profissional Jader da Rocha
para também homenagear neste dia, com esta sua bela foto,
todos os brasileiros e brasileiras.
Que se faça a melhor escolha
para todos, para o Brasil.

VMW

sábado, 30 de outubro de 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

RATINHO JUNIOR, UM POLÍTICO COM POSIÇÕES CLARAS E CORAJOSAS



“Eu fiquei fascinado com a questão do aborto
sendo discutida pelos políticos.
Tenho posição a favor do ser humano
e as pessoas devem entender que
os políticos têm posições, sim”,
disse o deputado federal do PSC,
em entrevista à jornalista Joice Hasselmann


Com perguntas polêmicas e desafiadoras, a jornalista Joice Hasselmann, a pimenta nativa, mostrou na manhã desta sexta-feira, 22, aos ouvintes da Rádio Bandnews as razões pelas quais o deputado federal Ratinho Junior, também presidente estadual do PSC no Paraná, foi legitimado na Câmara Federal por 358.924 votos, nestas últimas eleições de 2010. Sem qualquer receio, Ratinho Junior se posicionou sobre delicados e difíceis temas como casamento entre homossexuais, homofobia, indústria da multa de trânsito, metrô, reeleição de mesas diretoras legislativas, assinatura de ponto, o novo Governo do Paraná e eleições à Prefeitura de Curitiba em 2012, entre outros temas. “Eu pertenço a um partido cristão. Sou a favor da liberdade, inclusive de opção sexual, e não da libertinagem. Eu fiquei fascinado com a questão do aborto sendo discutida pelos políticos. Tenho posição a favor do ser humano e as pessoas devem entender que os políticos têm posições, sim”.

Eis as principais respostas de Ratinho Junior:

METRÔ – “Em 2007 o sistema de transporte de Curitiba começou a ficar defasado. Minha equipe e eu pensamos na solução do metrô para dar uma melhor qualidade de vida à população. Nós fomos verificar esta questão na Prefeitura Municipal de Curitiba. Lá, obtivemos a resposta de que havia o projeto, mas precisava de recursos para sair do papel. Então, eu fui buscar o recurso financeiro. Em julho daquele ano, o metrô entrou na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Em dezembro, a verba para a construção do Metrô de Curitiba foi garantida no Plano Plurianual de Investimentos, o PPA 2008/2011, com o apoio de toda a bancada do Paraná. Com o apoio também do presidente Lula, garantimos o metrô no orçamento da União. Mas, para nosso espanto, na Prefeitura de Curitiba não havia o projeto, nem de viabilidade econômica, nem de engenharia ou de licença ambiental. O que a Prefeitura deve fazer agora? Começar pelo projeto de licença ambiental. A verdade é que, nos últimos 10 ou 15 anos, não se pensou em mudar o sistema de transporte urbano de Curitiba. Assim, a cidade perdeu a vanguarda. E por quê não se mexe nisto? Porque há um lobby que garante as eleições à Prefeitura. De nossa parte, nós entramos 2010 com o metrô de Curitiba na agenda de negociações do governo federal e municipal. Agora, é só esperar”.


PREFEITURA DE CURITIBA e A MÁFIA DOS RADARES – “A Prefeitura de Curitiba é um de seus alvos em 2012?” – perguntou Joice.

“Você me perguntou antes sobre os radares de Curitiba. Eu não me esqueci e vou responder agora. A questão radares se transformou, em Curitiba, na máfia dos radares porque é um tipo de arrecadação da Prefeitura e perdeu a sua finalidade educacional. Por quê não continuar com as lombadas eletrônicas que dão avisos ao motorista? Não. E isto começou na administração de Cassio Taniguchi. Uma empresa conseguiu ganhar a licitação dos radares e, sem licitação, esses serviços foram prorrogados. Depois, sem qualquer fiscalização, deram um jeito, com uma licitação, de prorrogar este contrato com esta mesma empresa. Obviamente há algo de errado. Quanto a eu ser candidato à Prefeitura de Curitiba, seria uma leviandade eu dizer isto, porque saí das urnas agora para a Câmara Federal. Curitiba é uma cidade muito exigente. Quando a Nestlé quer lançar um produto no país, vem testar aqui, em Curitiba. Assim receber cerca de 12% dos votos da população de Curitiba é uma grande honra e alegria para mim. E quando começam a colocar o seu nome como um possível candidato à Prefeitura é uma grande honra. Curitiba é uma vitrine nacional. Além disto é uma honra e um orgulho para quem administra a cidade. Curitiba tem um dos maiorers PIBs do Brasil. Mas não posso sair de uma eleição com quase 360 mil votos e dizer que agora sou candidato. E ninguém consegue gerir Curitiba sozinho. Temos de ouvir as pessoas, o partido… Joice, como diz o Zeca Pagodinho: deixa a vida me levar, No momento, eu devo representar, em Brasília, muito bem o povo do Paraná. O povo busca, hoje, representantes com grande credibilidade.


PROJETO DE LEI 122, NÃO À HOMOFOBIA – “Qual é a sua posição sobre o Projeto de Lei 122?”, questionou.

“Não sou homofóbico. Eu tenho amigos entre os GLTs. Tenho princípios cristãos. Não podemos segregar ninguém. Temos de respeitar a todos, a todas as opções. Mas não sou a favor do casamento homossexual. Casamento é uma questão religiosa. A discriminação deve ser banida. Mas não podemos confundir liberdade com libertinagem. Eu tenho filhas. Eu não quero que a minha filha de sete anos veja dois homens se beijando em praça pública. Isto eu não quero para a minha filha. Eu fiquei fascinado com a questão do aborto sendo discutida pelos políticos. Tenho posição a favor do ser humano e as pessoas devem entender que os políticos têm posições, sim. Devem deixar bem claro os seus posicionamentos para que a população os conheça bem. O Projeto de Lei 122 torna crime a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. Eu sou a favor disto, mas há muitas outras coisas a serem discutidas, porque o projeto também fala sobre casamento gay e eu sou contrário a isto. Acho que pode haver uma união civil. Isto sim. Eu sou a favor de jamais desrespeitar a opção sexual de qualquer pessoa. Mas reforço as leis e a família como pontos fundamentais para se manter uma linha de conduta, de ordem no país”.


VOLTANDO À INDÚSTRIA DAS MULTAS – Joice reproduz a pergunta de um ouvinte: “aonde está a indústria da multa se só se multa quem ultrapassa a velocidade?”

“O ouvinte está certo. Mas eu só disse que, antes, os radares tinham um perfil educacional. Hoje, não têm mais”.


“BATER O PONTO NA CÂMARA FEDERAL E VIAJAR É CORRETO?” – (pergunta de outro ouvinte, reproduzida por Joice Hasselmann, que afirmou ter o cidadão duvidado que ela transmitisse a questão ao deputado Ratinho Junior)

“Eu nunca bati o ponto na Câmara Federal e saí para ir à praia. Eu bato o ponto para ir trabalhar em algum outro lugar. Muitas vezes para falar com algum ministro e, certamente, não para falar com ele de futebol, mas para falar em favor de alguma ação para o Paraná”.


PROJETO DE LEI 426 - “Este Projeto de Lei de sua autoria quer acabar com a reeleição nas mesas diretoras legislativas?”, pergunta Joice.

“A idéia é tentar melhorar a imagem e a prática legislativa. Queremos uma linha próxima ao Congresso Nacional. Não que o Congresso seja sempre exemplar. Mas esta questão de não reeleger a mesma diretoria é salutar. Veja, o deputado Arlindo Chinaglia é um bom deputado, mas ele foi um péssimo presidente na Câmara Federal. Ele demorava muito para trabalhar as questões. E isto travava a Casa. Travava todo o processo legislativo. Já, o deputado Michel Temer, mais experiente, mudou o ritmo e acelerou os trabalhos. Mas não significa que ele deva se perpetuar na presidência. Há muitos presidentes que têm vereadores e deputados embaixo do braço. Isto tem de acabar. Esta coisa do toma lá, dá cá, deve acabar no Brasil”.


APOIO AO NOVO GOVERNADOR DO PARANÁ – “O seu apoio foi para o candidato Osmar Dias, como vai ser agora com o novo governador Beto Richa?”

“Eu não posso sair rancoroso das eleições. Eu apoiei o Osmar Dias e ele não foi eleito. Venceu Beto Richa. Eu quero que Beto Richa faça um bom governo, um bom trabalho. Um dia, ele e eu vamos deixar a política, mas o Paraná fica, permanece. Então, é pelo Paraná que devemos lutar. O Beto Richa tem um posicionamento diferente de Roberto Requião. Beto Richa tem diálogo e será mais fácil trabalhar na parte coletiva. Ele tem do lado dele parlamentares com bom trânsito no Paraná. Nós vamos ajudar no que for bom para a população, para o Paraná”.


AGRADECIMENTOS – “Foi um jogo duro, mas foi bom. Obrigada deputado”.

“Sou eu quem agradece a oportunidade”.

Da Assessoria de Imprensa

(41) 3352 9297 e 3076 3350

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

MULHER DE FIBRA

(Foto extraída do Site Jornale)

“Vim reiterar o meu apoio
a esta mulher de fibra,
que já passou por tudo,
e não tem medo de nada.
Vai herdar um governo
que não coteja os poderosos de sempre.”


De Chico Buarque de Hollanda,
sobre a candidata do PT
à Presidência da República, Dilma Rousseff

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

PELA DEFESA DAS PRERROGATIVAS DO MAGISTRADO

Nelson Calandra,
em foto de Pedro Serápio

Os juízes brasileiros vão às urnas.
Candidatos à presidência da
Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)
falam de suas ideias.
Aqui, a entrevista concedida por Nelson Calandra,
desembargador em São Paulo,
da chapa Novos Rumos


Qual é o principal problema enfrentado pela magistratura atualmente?
A magistratura, hoje em dia, vive um sentimento de frustração: trabalha demais, é qualificada como lenta demais e, muitas vezes, acaba exposta publicamente por condutas isoladas de alguns colegas que infringem um dever funcional. Então, nós vivemos esta perplexidade: trabalhamos no limite de nossas forças e acabamos expostos nos veículos de comunicação por pessoas que são, realmente, a minoria da minoria. Hoje, alguns colegas se sentem envergonhados até de declinar publicamente a sua condição de magistrado. Além disso, vivemos no século 19 dentro do Judiciário e o mundo aqui fora vive no século 21. E esse descompasso é gerado, não por falta de fiscalização, mas por falta de investimento em Justiça por parte da classe política.

Quais serão suas prioridades na AMB?
A AMB, ao longo desses anos, vem tomando um caminho, com todo o respeito que tenho pelos colegas que lá estão, de uma ONG. E ela não é uma ONG. Ela é uma entidade de classe e tem que estar voltada para seu associado. Ela não pode se tornar mais uma corregedoria. A gente nota nos pronunciamentos da AMB que ela, muitas vezes, assume uma posição inadmissível para uma entidade que tem por finalidade defender o magistrado: ela passa a se pôr como mais uma corregedoria do juiz, julgando a conduta do juiz. Então, quando algum magistrado comete alguma falha que demande intervenção de algum órgão fiscalizador, seja o CNJ, a corregedoria ou o plenário do tribunal, a AMB tem que zelar para que as prerrogativas do magistrado sejam observadas. Não me importa a conduta do juiz, o que me importa é que aquelas prerrogativas dele sejam obedecidas. Você não pode, no momento em que um colega é aposentado compulsoriamente, dizer, por exemplo, que “é muito bom porque está limpando a casa”, porque você está comparando o seu associado com lixo. E isso nós não podemos admitir.

Qual é a sua opinião sobre a atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)?
Vejo o CNJ hoje, mais do que nunca, como um órgão necessário. Mas nós, juízes, somos a única categoria de réus do planeta que é julgada, dentro do CNJ, por aqueles que formam juízo de acusação. A minha posição crítica não está dirigida aos colegas, mas à dinâmica e à arquitetura do CNJ. Acho que temos que aperfeiçoá-lo para torná-lo um órgão verdadeiramente democrático. Ele não pode interferir em demasia, sob pena de aniquilar outro mecanismo mais precioso ainda, que é a independência dos juízes.

O que o senhor pensa do quinto constitucional?
Não temos nada contra os integrantes de outras categorias, mas queremos ver preservadas as cadeiras para a magistratura de carreira. Isso tudo tem que passar por um grande debate. Eu, pessoalmente, entendo que a associação é de magistrados. Magistrado que foi nomeado pelo quinto é associado da AMB, tem que se tratado com respeito, com dignidade. Como presidente de uma entidade de classe, eu não posso me pôr contra meu associado. Esse debate é da AMB pra fora. Temos que discutir com a Ordem dos Advogados do Brasil, com o Ministério Público, debater profundamente o tema e chegar a uma conclusão.

Segundo o Índice de Confiança no Judiciário do 2.º trimestre de 2010, levantado pela Fundação Getúlio Vargas, apenas 33% da população diz confiar no Judiciário. O sr. concorda que a Justiça vive uma crise de credibilidade? O que fazer para mudar esse quadro?
Se a imagem que é projetada é uma imagem negativa (“juízes expulsos da magistratura” antes mesmo que transite em julgado o procedimento), se a imagem que a gente projeto é que o acervo de trabalho decorre de omissão do juiz, não de falta de investimento do Estado, ocorre que a população vai desconfiar desse Poder de Estado. Em minha experiência de auditor de banco, no início da vida profissional, se eu publicasse no jornal que “esse banco tem um ladrão”, “esse banco tem um corrupto”, podia estar circunscrito a uma única agência do banco, no dia seguinte o banco estaria quebrado no Brasil inteiro. Então temos que mostrar os bons serviços que a magistratura presta. O CNJ veio aqui no Paraná e fez um relatório detalhado sobre a magistratura paranaense e encontrou, sob seu ponto de vista, 113 pontos negativos, mas não falou das 1.113 coisas boas que fez a magistratura paranaense. O CNJ vem mostrando diariamente que a situação do Judiciário é difícil, que há juízes errados, mas não mostra as boas práticas, aquilo que deveria ser a vitrine boa da magistratura. Há muitos exemplos positivos. Se você falar dos fatos negativos sem falar dos positivos o resultado é que, perante a opinião pública, a desconfiança cresce. Às vezes, por uma bobagem qualquer, sujeito pensa: “acho que fui condenado porque o juiz não presta”. Nossa avaliação negativa decorre de uma exposição extraordinária. Juiz não precisa de exposição. Juiz precisa ser protegido, precisa ter os meios materiais para trabalhar e prestar um serviço de primeira classe à população. A Justiça vive da sua credibilidade, do respeito que a cidadania deve ter para com seus integrantes. É um Poder desarmado, é um Poder que não tem nem a força da espada nem a força da economia, o poder econômico. Então nós vivemos da nossa credibilidade, do respeito que o cidadão tem pelo juiz. E isso tudo tem sido abalado porque algumas mazelas ligadas à minoria da minoria são expostas como se fosse a realidade do Brasil.


A sociedade não aprova prerrogativas da magistratura, como a aposentadoria compulsória punitiva. O que o sr. pensa a respeito?
Há garantias que são mais antigas do que muitas gerações das nossas famílias. Em 1222, houve uma revolução na Inglaterra porque a população inglesa queria ter juízes que não fossem demitidos por um simples gesto do rei. Eles queriam que os seus juízes tivessem essa garantia que nós estamos questionando agora. A grande vitória de revolução inglesa foi ter juízes independentes e vitalícios. E isso veio até nós. Agora nós queremos dar uma marcha-ré no tempo para voltar ao tempo da barbárie. Quando se diz que vitaliciedade é um prêmio indevido para quem violou deveres da toga, trata-se de alguém que não conhece o que é a história democrática do mundo; trata-se de pessoa que não sabe o que é um processo disciplinar contra juiz. Eu conheço colegas que foram aposentados compulsoriamente: parecem zumbis. São pessoas que foram excluídas da vida útil. Você imagina alguém aposentado, com vencimentos proporcionais, que não pode ser advogado e vai ter que encontrar outra profissão. Se nós negarmos essa aposentadoria, que é proporcional ao tempo de contribuição, não vamos desamparar o faltoso, mas a família do faltoso. Então, a aposentadoria compulsória é exílio moral do magistrado, não é prêmio, nem benesse. E é garantia do Estado Democrático de Direito, porque nós temos que punir os culpados, sim, aposentar compulsoriamente quando for o caso, sim, cassar o cargo de juiz, sim, mas não por uma penada administrativa. Há que existir um processo que tenha um acusador independente e julgadores imparciais, em que ele tenha ampla defesa.


A sociedade também costuma criticar os 60 dias de férias da magistratura. O que o sr. pensa sobre o tema?
Eu posso dizer que férias, para nós, são uma ficção. Principalmente no segundo grau. Eu estou de férias nos meses de agosto e setembro, tirei férias para fazer esta campanha, mas nunca consegui sair um dia de férias. Na verdade, formalmente estou gastando os períodos de férias a que eu tinha direito e continuo a comparecer nas sessões de julgamento, porque sou convocado para votar e se eu não estou lá a sessão não funciona, tenho processos criminais em que sou instrutor contra autoridades públicas e o processo criminal não pode parar. Saí do órgão especial, mas continuo vinculado àquelas causas. Mesmo de férias tenho voltar para ouvir testemunha, para interrogar o réu, então, as férias, para nós, constituem uma ficção. E nós queremos mostrar para a sociedade que esse período de férias de 60 dias é uma necessidade. Esse direito de férias para a magistratura é uma questão de saúde pública. Nós deveríamos, realmente, desfrutar de dois períodos de férias, para que pudéssemos nos refazer. O que a gente mais vê são colegas vítimas de estresse. Há duas semanas, um colega com 36 anos caiu morto no meio de uma audiência em Belo Horizonte, teve um infarto fulminante. Será que isso é bom para o Brasil, para a sociedade? Olhar com tanta discriminação para um benefício que é dado aos parlamentares, que nos criticam. O nosso regime é extraordinário, pois somos protagonistas de um Poder de Estado, temos que ter certos direitos e garantias próprios de um Poder de Estado.


* Conheça mais ideias e propostas do candidato Nelson Calandra no site


Entrevista concedida ao jornalista Vinícius André Dias, veiculada no Jornal Gazeta do Povo, nesta sexta-feira, 15.10.2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

PARA LER E REFLETIR!

Reflita sobre as mensagens que a nossa amiga,
Maria Inês Peixoto, nos envia.
Reflita. Faça o melhor!
Hoje, dia de Nossa Senhora Aparecida,
Padroeira do Brasil!
E Dia das Crianças!
Pense em mim!
Pense nas futuras gerações deste país.
Olha só o que esta filósofa, professora,
artista plástica e ser humano de primeira grandeza
diz no texto abaixo



Amiga, Amigo!



Como, de fato, na atual conjuntura tem sido posta em foco de forma muito mais explícita a relação entre a religião e a política, existente desde os tempos mais remotos das diversas comunidades religiosas no mundo ocidental e oriental, vale a pena acompanharmos e intervirmos nesse processo que pode ameaçar a democracia.

Talvez você já tenha conhecimento, mas estou lhe repassando a "Nota da CNBB", que considerei importante reenviar a todos, independentemente das suas posições religiosas.

Também segue o texto do Frei Betto, que saiu na Folha de S. Paulo, deste domingo, e mais um texto do Reverendo Cerveira, da 2ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte. (Os textos seguem abaixo). São todos de grande importância para a reflexão de cada brasileira, de cada brasileiro.

Um forte abraço;

Maria Inês Peixoto
Filósofa, professora universitária e artista plástica


-------------------------------------------------- Eis os textos:


sexta-feira, 8 de outubro de 2010


CNBB LAMENTA QUE O NOME DA CNBB TENHA
SIDO USADO INDEVIDAMENTE AO LONGO DA CAMPANHA

Nota da CNBB em relação ao Momento Eleitoral

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio de sua Presidência, congratula-se com o Povo Brasileiro pelo exercício da cidadania na realização do primeiro turno das eleições gerais, quando foram eleitos os representantes para o Poder Legislativo e definidos os Governadores de diversas unidades da Federação, bem como o nome daqueles que serão submetidos a novo escrutínio em 2º turno, para a Presidência da República e alguns governos estaduais e distrital.

A CNBB congratula-se também pelos frutos benéficos decorrentes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, que está oferecendo um novo paradigma para o processo eleitoral, mesmo se ainda tantos obstáculos a essa Lei tenham de ser superados.

Entretanto, lamentamos profundamente que o nome da CNBB - e da própria Igreja Católica – tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. Certamente, é direito – e, mesmo, dever – de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã. A CNBB é um organismo a serviço da comunhão e do diálogo entre os Bispos, de planejamento orgânico da pastoral da Igreja no Brasil, e busca colaborar na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.

Neste sentido, queremos reafirmar os termos da Nota de 16.09.2010, na qual esclarecemos que “falam em nome da CNBB somente a Assembléia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência”. Recordamos novamente que, da parte da CNBB, permanece como orientação, neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País, a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada este ano em sua 48ª Assembléia Geral.

Reafirmamos, ainda, que a CNBB não indica nenhum candidato, e recordamos que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão. Diante de tão grande responsabilidade, exortamos os fiéis católicos a terem presentes critérios éticos, entre os quais se incluem especialmente o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.

Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro.

Brasília, 08 de outubro de 2010


P. nº 0849/10
Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

*************************************************

Folha de S. Paulo, domingo, 10 de outubro de 2010



TENDÊNCIAS/DEBATES

DILMA E A FÉ CRISTÃ

Por FREI BETTO*


Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará
uma única linha contrária aos princípios do Evangelho e da fé cristã
________________________________________



Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência.

Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia".

Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.

Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista- acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos.

Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade. Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.

Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.

É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.

Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...

Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.

Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.

Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.

A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.

Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

________________________________________

FREI BETTO, frade dominicano, é assessor de movimentos sociais e escritor, autor de "Um homem chamado Jesus" (Rocco), entre outros livros. Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004, governo Lula).

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

______________________________________________________________

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

AS ELEIÇÕES E OS APROVEITADORES DA BOA FÉ E DA CREDULIDADE EVANGÉLICA

Por reverendo Sandro Amadeu Cerveira*


"Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões caras aos religiosos, os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam alternativa"

Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos “ungidos” de alguns caciques evangélicos. [1]

Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e “vídeos” afirmando que votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras, o próprio Temer seria o satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom senso de meus irmãos evangélicos. Para além da “viagem” do conteúdo a absoluta falta de fontes e provas para essas “notícias” deveria ter levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas graves acusações infundadas. [2]

A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de um “candidato evangélico” à Presidência da República simplesmente ignoraram esta assembléia de longa data.

Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas Malafaia de ser “dissimulada”, “pior do que o ímpio” e defender, (segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude de voto três dias depois e a apenas seis dias das eleições desconheça as proposições de sua irmã na fé.

De fato, Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de passagem) que “casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela sociedade na forma de plebiscito” [3]. Mas, de fato, não disse que uma vez eleita ela convocaria esse plebiscito.

O mais surpreendente, porém, foi o absoluto silêncio quanto ao candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado. Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra, a trazer o aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto ministro da Saúde, o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta “barbaridade”.

Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal [6].

Por fim, nem Malafaia nem os boateiros de plantão tiveram interesse em dar visibilidade à noticia veiculada pelo jornal Folha de São Paulo (Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que “O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por casais homossexuais.” [7]

Depois de tudo isso, é razoável desconfiar que o problema não esteja realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união civil e adoção de crianças por homossexuais ou, ainda, a descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima, os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam alternativa.

A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que aparentam em suas bravatas televisivas, deveriam convocar um boicote às eleições. Um gigantesco protesto apartidário denunciando o fato de que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores evangélicos. Fazer uma denúncia seletiva de quem esta comprometido com a “iniquidade” é, no mínimo, desonesto.

Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está igualmente comprometido com os mesmo “problemas”) é muito fácil. Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.

Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.
Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse precedente.

Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja católica, cristã ou evangélica e isso vá “abençoar” o Brasil. Sei, como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do mundo.

Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário (como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e racionalidade.

Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia), tais como distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta, mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.

[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados para verificação.

[2] Hospital da Alma;

[3] Marina rebate declarações de pastor. Ver também: Líder evangélico ataca Marina e anuncia apoio a Serra ;

[4] Serra é o único candidato que já assinou ordens para fazer abortos quando ministro da Saúde;

[5] Norma técnica - Ministério da Saúde;

[6] Gazeta do Povo - FHC e intelectuais pedem legalização da maconha;

[7] Serra se diz a favor da união civil e da adoção de crianças por gays;

[8] http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=206

Fonte:Segunda Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte

REVERENDO SANDRO AMADEU CERVEIRA, cientista político doutorado pela UFMG e pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte