sábado, 8 de novembro de 2008

CARÁTER TEM PREÇO?


Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro,
pago o preço.

Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.

Um rio, só se for claro.
Correr sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro,
não paro, nem mereço.

E que ninguém me dê amparo,
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avara,
se caráter custa caro,
pago o preço.

(Sidónio Muralha)

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