sábado, 4 de outubro de 2008

A FESTA QUE AS NORMAS ABAFAM

(Imagem do site aimore.org.band)
É hoje.

Hoje é dia de escolher pessoas em que você confia para prefeito e vereador, sair de casa com os números anotados e votar.

Não caia na besteira de achar que são todos iguais.
Não são: Pedro Simon é um, Severino Cavalcanti é outro.

Não escolha um candidato porque tem nome engraçado, tipo Zé Mané do Pau Torto. Quem vai achar graça é ele, e quem vai pagar-lhe o salário é você.

Pena que num dia de festa democrática as normas que engessaram a campanha criem um clima que é tudo, menos festivo.

As cidades parecem sem vida, já que tudo é proibido (qual o mal que pode ocorrer se, em um dia a cada dois anos, as ruas estiverem cobertas com o papel dos santinhos dos candidatos?).

Proibição, já dizia o lema das barricadas de 1968, é coisa ruim – tão ruim que nesta eleição impediu boa parte do eleitorado de escolher direito seu candidato a vereador.

Não, não dá para escolher um candidato a vereador naqueles dez segundos de televisão em que uma pessoa promete lutar por alguma coisa.

É preciso fazer com que os candidatos cheguem aos eleitores – com papel, com propaganda, com alguma coisa que mostre o que são, ou fingem ser.

É preciso aproveitar melhor o tempo na TV – e isso obriga à reforma política, que elimine uma batelada de partidos de aluguel e tire da TV os candidatos que dizem chamar-se Barraco Obrahma, ou coisa parecida.

Porque não há horário gratuito que aguente a infinidade de Rôla Neles que só estão lá para ocupar espaço e tentar ganhar na loteria.

Reforma já. Eleição é coisa séria. E merece ser realizada em clima de festa.


(Texto de abertura da Coluna do jornalista Carlos Brickmann, deste domingo, 05.10.2008)

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