terça-feira, 29 de janeiro de 2008

DENÚNCIAS DE ABUSOS CONTRA CRIANÇAS CRESCEM 80%

O Disque 100,
da Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
recebeu 24.924 denúncias em 2007, contra 13.823 em 2006


O Disque 100, serviço da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República que recebe relatos de abusos contra crianças e adolescentes, terminou 2007 com aumento de 80% no número de casos denunciados na comparação com o ano anterior. De acordo com a coordenadora do Programa Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Socorro Tabosa, foram 68 denúncias, em média, por dia no ano passado.

No ano passado, o serviço recebeu 24.924 denúncias de maus tratos e exploração contra crianças e adolescentes. Em 2006, esse total havia sido de 13.823. Os estados onde houve mais denúncias, no último ano, foram São Paulo, com 3.081, Bahia com 2.547, Minas Gerais com 2.292, e o Rio de Janeiro com 2.001. O Disque 100 recebe ainda milhares de pedidos de informação sobre crianças e adolescentes – em 2007 foram atendidos 940.919 solicitações.

De acordo com Socorro, tal fato deve-se ao amadurecimento da sociedade brasileira, que hoje considera os abusos contra menores uma das mais perversas violações dos direitos humanos. “Hoje no Brasil não é mais banalizado o fato de uma criança ser espancada pelos pais. Está surgindo entre nós o entendimento que o cuidado com os menores é um dever de todos. E assim, o número de denúncias tem aumentado a cada ano”, avalia.

Dependendo do caso, a denúncia é verificada imediatamente ou em 24 horas. Em alguns casos, vidas são salvas. Ela cita o caso de uma avó que ligou desesperada afirmando que a mãe de sua neta estava espancando e batendo com a cabeça da criança em uma parede. A denúncia foi então encaminhada à polícia local, que flagrou a mãe jogando álcool na criança para atear fogo. “Muitas pessoas ligam ao Disque 100 para agradecer os resultados”, diz Socorro.

Para a coordenadora, o aumento do número de denúncias deve-se à credibilidade conquistada pelo Disque 100 e a parcerias com vários segmentos da sociedade, tais como entidades do setor de transportes terrestre e aquaviário, sindicatos, empresas transportadoras, Polícia Rodoviária Federal e distribuidoras da Petrobras. Ela também destaca a colaboração internacional:

“A rede de colaboradores envolve parcerias com os governos dos países do Mercosul, para enfrentar a exploração sexual de menores nas regiões de fronteira”. Para Socorro, sem a rede de colaboradores, o programa não seria tão eficaz. “O programa possibilita o fortalecimento da rede de proteção, com capacitação, qualificação e fornecimento de logística. Trabalhamos conjuntamente com os governos estaduais e municipais. É uma rede mesmo, e a sociedade é parte fundamental nesse processo. Sem ela, não teríamos como agir”, reiterou Socorro.

O serviço atende das 8 às 22 horas, todos os dias da semana. As denúncias podem ser feitas de qualquer região do país, de telefone fixo ou celular, pelo número 100. A ligação é anônima e gratuita.

Criado em 1997, sob a coordenação da Associação Brasileira Multidisciplinar de Proteção à Criança e ao Adolescente (Abrapia), o Disque 100 passou a ser coordenado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos desde 2003, em parceria com o Ministério da Saúde.


(Matéria veiculada pela ABr - Da Redação Bonde/ Curitiba, no domingo, 27.01.2008)

Um comentário:

beatriz090912 disse...

Eu tenho muito a ver com isto! Isto é o meu Brasil!
Deveríamos ser todos iguais perante todos. Isto garante nossa Constituição e os Direitos Humanos.Eqüidade.
Mas, não é assim na realidade brasileira: Falam os ricos, os poderosos, os que têm o cargo dado por nós!

Este chão brasileiro, banhado pelo suor de escravos, sugado por coronéis e ditadores, rubro pelo sangue de fervorosos da democracia, plantado por história rica por desbravadores,heróis e mártires, adubado por leis criadas por homens dedicados e patriotas, iluminado por artistas, músicos, escritores e grandes políticos que se destacaram por alto gabarito não só intelectual como também moral, não merece que eu diga:

E eu com isto!


Ana Maria C. Bruni

www.territoriomulher.com.br