domingo, 10 de maio de 2009

PARA SEMPRE


Simplesmente, Ana Welte
(Foto de VMW)


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura,
ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve
e passa
sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,
é eternidade.

Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Poema de Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

Anônimo disse...

muito linda a homenagem, fiquei emocionado,quantas saudades. parabens.
valmir

Anônimo disse...

Olá, querido

Esta é apenas uma das muitas lembranças que ela nos deixou. Mas, Ana Welte, uma pessoa rara e muito especial, é muito mais do que tudo isso.

Saudades imensas...

Beijos, com carinho;

Vania Mara Welte