sábado, 21 de novembro de 2009

CENAS CURITIBANAS

O belo rio Juvevê, aprisionado.
O armário e o galho de árvore são para impedir a queda
e a morte de alguém distraído.
Principalmente, crianças.
A gente faz o que pode.
Cidadania é um bom exercício...
Cadê a tampa?!
Já procuramos.
Voou e deve ter sido carregada...

A natureza violentada, verte lágrimas do céu.
O rio, por sua vez, com muito mais água,
implode, levando tudo pela frente.
"Todos reclamam da violência das águas do rio,
que tudo carregam pela frente"
- seis carros, uma moto, diversas bicicletas,
TVs de plasma, aparelhos de som,
fotos (ah! a nossa memóra perdida às próximas gerações),
dezenas de CDs, alimentos,
móveis, tapetes... -,
"mas poucos falam da violência
das margens que as comprimem"...

As águas do rio Juvevê, em revolta,
implodem o asfalto na rua
Fernando Amaro,
querendo engolir tudo...

As águas arrancam tampas de ferro
e transformam-se em chafarizes.
Lindos e ameaçadores!

Depois, as águas quebram asfalto, arrancam pedras e...
devolvem para nós a mesma violência

Perdas e danos... Não foram poucos...



Um desfile inusitado da reboques,
cada qual de uma seguradora diferente,
com promessas de soluções...




O novo ponto turístico da cidade...

Cenas inacreditáveis e tristes...

Dentro de casa, uma das entradas do rio Juvevê...
- aqui, há duas.
Pena que essas águas estão sujas,
carregadas de lama e contaminadas.
Mas como a minha cadelinha labradora
não entende nada de epidemiologia,
ela adorou o novo rio dentro de casa.
E nadou.
Afinal, estava mesmo muito quente...

Curitiba, cidade modelo;
Curitiba, cidade de primeiro mundo;
Curitiba, cidade ecológica.
Tão ecológica que há rios

e cascatas
dentro de suas casas...
Como diz o poema de Fernando Pessoa:
"navegar é preciso; viver não"...

4 comentários:

Unknown disse...

Sra Vania,
Espetacular a forma como relatou e fotografou o alagamento...
Suas citações, poemas e fotos são maravilhosos...lindo seu blog.
Desejo que o sol que aparece depois das tempestades a ilumine com muitas alegrias.
Abigail

Vania Mara Welte disse...

Olá, Abigail!

Grata pela sua presença em meu Blog e pelas suas palavras animadoras.

Ainda bem que nada é para sempre, embora, em nosso egoísmo, a gente queira que algumas coisas e pessoas jamais desapareçam.

Abigail, em nossas conversas percebo que você é uma pessoa muito sensível e generosa.

Mantenha contato. Vou adorar ter notícias suas, nem que seja pelo Blog.

Abraços fraternos;

Vania Mara Welte

Anônimo disse...

Oi, Vania!
INACREDITÁVEL!!!! QUE HORROR!!!
A terceira megaenchente!!!
E enquanto os carros boiam, a CAIXA nada...
De quem é a responsabilidade? Da Prefeitura? Da Caixa Econômica? Ou ambas ficam no jogo do empurra-empurra enquanto vocês perdem tudo que têm?
A IMPUNIDADE GRASSA... Como sempre! Infinitamente!!!! Como pôr um fim nisso?
Estou à cata de uma casa para você, aqui na terrinha: Achei duas, em fase de construção. Precisamos conversar!
Beijos, M. Inês

Vania Mara Welte disse...

Olá, amada e "velha" amiga/irmã!

Sim. A vida é uma eterna conquista e "luta renhida" - já dizia o poeta. Mas a impunidade e a injustiça neste país são demais... Não há engov que faça passar o mal estar. Sem falar na dor d'alma, da impotência e da solidão, como cidadã, nesta luta inglória.

Gratíssima pelo seu amor de sempre e pela solidariedade.

Vou adorar ser sua vizinha de novo. Temos muito o que fazer e, melhor ainda, muito o que lazer!

Beijos, com imenso carinho e saudades;

Vania Mara Welte

5 de janeiro de 2010 03:33