terça-feira, 2 de junho de 2009

FELICIDADE INTERNA BRUTA

Imagem do Site: www.dhnet.org.br

Recebi um e-mail de meu amigo,
o médico humanista Paulo Maurício Piá,
uma pessoa rara e muito especial,
sempre preocupada com os destinos da humanidade.
Vale ler o que ele diz.
Segue a mensagem dele


Amigos:

Tenho enviado e-mails a todos vocês sobre os mais variados assuntos e temas. A maioria deles extensa, sei, e percebo que talvez poucos de vocês tenha vontade, tempo ou interesse em lê-los na íntegra.

Se lerem, um pouco que seja, já "valeu a intenção da semente".

Está em debate no mundo e no Brasil também, uma nova visão e estudos para conceituar e medir o desenvolvimento humano.

Já existem vários, uns baseando-se na produção de bens do país, outros tentando aferir o desenvolvimento humano em sí, tais como o PIB (Produto Interno Bruto), o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o IGP (índice do genuíno progresso), o IPF (índice do planeta feliz), o IOPDH (iniciativa de Oxford sobre Pobreza e Desenvolvimento Humano) e, finalmente, o mais recente e sobre o qual tratarei, chamado de FIB (Felicidade Interna Bruta). Todos estes índices estão descritos no arquivo anexo, caso queiram saber detalhes.

"A premissa para que tantos e variados índices de desenvolvimento tenham sido criados é de que, ao mudarmos a maneira como calculamos a atividade econômica, poderemos mudar nossas prioridades políticas e construir sociedades mais felizes e ambientalmente justas."

"O que não é medido, não pode ser gerenciado".

(Frank Dixon, especialista em sustentabilidade).

A coordenadora sobre FIB no Brasil é a doutora Susan Andrews, biopsicóloga que possui um parque ecológico auto-sustentável em Porangaba, interior de São Paulo, onde oferece programas, cursos e palestras.

Seu site é Instituto Visão Futuro.

Um pouco de sua visão de mundo:

"O Poder da Visão:

TRANSFORMAÇÃO

Todas as pessoas que compreenderam a urgência e profundeza da nossa crise global, perceberam que está acontecendo um processo de mudança que envolve a reavaliação dos pressupostos básicos da vida moderna, dos nossos padrões habituais de pensamento, e da estrutura completa da economia mundial. Mas uma transformação para quê? Para onde estamos indo? Para onde devemos ir?

REFLEXÃO


Imaginemos todo o planeta habitado por 1 milhão de seres vivos.

Deste 1 milhão, 1000 são seres humanos.

Desses 1000 humanos:

500 passam fome;

600 moram em favelas;

700 são analfabetos ;

e apenas 60 controlam metade de toda a riqueza do planeta.
Os outros 999.000 habitantes,
que não são humanos,
são cruelmente explorados por nós.

UMA NOVA VISÃO

Uma das realizações mais importantes da psicologia moderna tem sido a constatação de que a nossa visão da realidade desempenha um papel importante na formação do nosso mundo: as imagens que mantemos em nossas mentes podem modelar os eventos externos, fazendo com que realmente possamos criar nosso próprio futuro.

Como o pai da psicologia moderna, William James, escreveu: “a maior revolução do nosso tempo é a de que os seres humanos, ao mudarem as atitudes internas de suas mentes, podem mudar os aspectos externos de suas vidas”.

Entretanto, atualmente a nossa visão do futuro está ficando cada vez mais turva. Nossas mentes, vítimas inconscientes da mídia, estão repletas de imagens de violência e horror, de desastres e matanças, enquanto temos apenas algumas escassas “contra-imagens” de trabalharmos juntos em direção à uma meta comum, com um sentimento de interesse comunitário.

Necessitamos desesperadamente de uma nova visão, que nos chacoalhe do nosso coma de complacência ou medo.

O Instituto Visão Futuro foi fundado para compartilhar, e para facilitar o processo de co-criar uma nova visão unificadora de uma totalidade maior. Uma visão mais abrangente que não é meramente uma idéia abstrata e filosófica, mas uma realização viva e vibrante que somos todos conectados náo só na família de humanidade, mas, na família de toda a criação.

Como diz o futurista Erwin Lazlo, o velho paradigma da Conquista, Consumo e Colonização está auto destruindo-se, e um novo paradigma está emergindo: Conexão, Compreensão e Cooperação.

Acreditamos num futuro que podemos criar.

Enxergamos a possibilidade de um equilíbrio dinâmico no Planeta Terra, maximizando a utilização dos recursos naturais e humanos, resolvendo nossos problemas com respeito mútuo, compartilhando harmoniosamente a abundância que nosso esforço coletivo possa gerar - e unindo nossos corações numa força coerente e sinérgica, iluminada pelo amor."

Ela também possui um blog sobre o tema da "Felicidade Interna Bruta".

Um dos seus textos sobre o tema é:

"Para vocês que quiserem se aprofundar mais no conceito do FIB, e especialmente aqueles que quiserem colocá-lo em prática em 2009, seria útil formar grupos de discussão e tentar responder as seguintes perguntas do Primeiro Ministro:

Como que se pode criar uma sociedade iluminada na qual os cidadãos sabem que a felicidade individual é fruto da felicidade e ação coletivas -- que a duradoura felicidade está condicionada pela felicidade dos indivíduos à sua volta -- e que se esforçar pela felicidade dos outros é o caminho mais seguro para se desfrutar de experiências gratificantes que trazem a verdadeira e duradoura felicidade?

Como poderemos persuadir as pessoas para que adotem um novo paradigma ético que rejeite o consumismo?

Como poderemos convencê-las de que o paradigma de crescimento ilimitado num mundo finito não é apenas insustentável e injusto com as futuras gerações, mas também espreme para fora as nossas buscas sociais, culturais, estéticas e espirituais?

Como se pode advogar um novo conceito de produtividade, riqueza, prosperidade e plenitude, que têm pouco a ver com possessões materiais e com a marginalização dos mais frágeis, e mais a ver com o bem-estar social, psicológico e emocional?

Será que é suficiente sabermos como medir a felicidade, e esperar que isso irá influenciar a formulação de políticas públicas? E o que dizer da vontade e capacidade políticas, considerando o fato que esses aspectos, numa democracia, são respostas condicionadas por demandas e aspirações populares?

Logo, se as pessoas não forem capazes de compreender e favorecer as políticas públicas baseadas em FIB, será que os políticos ousarão?

E se eles ousarem, será que serão bem sucedidos?

Como podemos começar esse processo?

Como podemos internalizar, além do questionamento intelectual e das declarações, os valores dos quais falamos?

Como que nós, enquanto acadêmicos, pensadores, cientistas, líderes e responsáveis cidadãos, podemos mudar nosso modo de vida e comportamento"?

Nas respostas a essas perguntas está a formação da nova sociedade que todos nós almejamos.

Um grande abraço do coração.

Susan Andrews"


Analisem que, pelos próprios comentários da doutora Susan Andrews, ela tem plena consciência da necessidade de discutir este novo índice de forma prática e não sonhadora.

Envio a vocês para, quem sabe, alguém mais além de mim e outros amigos já interessados, também queiram participar destes grupos de debate, os quais já estão acontecendo em Curitiba.

Vejam inclusive que este novo paradigma de aferição do desenvolvimento humano baseado ,na 'felicidade interna bruta' pode - e deve - ser estudado como base teórica e filosófica de propostas de atuação nas políticas públicas e, que eu saiba, até o momento nenhum partido político brasileiro sequer tem conhecimento deste movimento que tem se difundido mundo afora e no Brasil com especial ênfase e intensidade.

Se for verdade que "os semelhantes se atraem", e se houver "semelhantes" entre as pessoas a quem envio este e-mail, que estejam realmente na busca por novos propósitos e desafios para mudar os atuais paradigmas do "desenvolvimento humano” neste planeta, que nos estão levando à beira de um colapso ambiental sem precedentes, o convite está feito.

Abraços,
Paulo Maurício
Onde encontrar?

Parque Ecológico Visão Futuro
Rodovia Castelo Branco, km 162
Bairro Matão
Porangaba - SP
Fone: (15) 3257 1243 e 3257 1520.
Fonte: Rede Agroecologia

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