(Foto do Site danceofdecembersouls.zip.net)
A obra é de Mercedes Cavalcanti.
Já o texto delicioso, que recomenda a leitura do livro
desta escritora brasileira,
é da jornalista Sílvia Simas
A obra é de Mercedes Cavalcanti.
Já o texto delicioso, que recomenda a leitura do livro
desta escritora brasileira,
é da jornalista Sílvia Simas
São 176 páginas que se lê de uma enfiada só. Fato raro – até por se tratar de um romance histórico supostamente baseado em manuscritos originais de Hannah, filha de Madalena – período compreendido entre 30 a 50 DC.
Mas a dicção é maravilhosa. Hannah se expressa como uma jovem (19 anos) contemporânea. Certo que os conflitos (seu amor por Jesus) e o cenário histórico poderiam resultar em uma leitura pesada, hermética, difícil.
Invece – como diriam os italianos – acontece o oposto. Há encantamento na narrativa. O coração fica na boca quando o beijo entre ela e o discípulo João não acontece. (Terríveis esses beijos que não acontecem!) E volta a acelerar quando por fim se consuma!
Hannah e sua sede de paixão! “Para Hannah, só havia aqueles lábios crescendo em chispas molhadas. Pareciam pétalas que uma noite de lua cheia houvesse ungido. E agora o mundo de Hannah se resumia em imaginar o sabor daquela boca. Ela carecia de ar, cadê o ar, faltava o ar, ai...”
Hannah, a que amava Jesus e que através dos lábios de João concretizava suas fantasias. O que não a impede de entregar-se com langor aos lábios e língua de João a percorrer seus pés.
“Exaurida.
Esvaída de si mesma.
Despossuída de um corpo ou uma alma...
...
Ela era simultaneamente Hannah e João nos pés de si própria.
...
Uma agonia de ver fenecida a sua vontade.
Uma agonia de se render a ele.”
Magnífica a transposição imagética de João para o século XXI, em plena representação de “A Paixão de Cristo”, em Nova Jerusalém, Pernambuco.
Mercedes não perde o tom, não há quebra – tudo se concatena harmonicamente. Até mesmo o esperado final feliz – sua união com o árabe Ibrahim. Eterno amor de menina-moça e do seu primeiro e inesquecível beijo.
“Ascenderemos
em comunhão
ao paraíso
santa heresia.”
O beijo é gozoso. A leitura também.
“A Volúpia dos Anjos”, de Mercedes Cavalcanti.
Mas a dicção é maravilhosa. Hannah se expressa como uma jovem (19 anos) contemporânea. Certo que os conflitos (seu amor por Jesus) e o cenário histórico poderiam resultar em uma leitura pesada, hermética, difícil.
Invece – como diriam os italianos – acontece o oposto. Há encantamento na narrativa. O coração fica na boca quando o beijo entre ela e o discípulo João não acontece. (Terríveis esses beijos que não acontecem!) E volta a acelerar quando por fim se consuma!
Hannah e sua sede de paixão! “Para Hannah, só havia aqueles lábios crescendo em chispas molhadas. Pareciam pétalas que uma noite de lua cheia houvesse ungido. E agora o mundo de Hannah se resumia em imaginar o sabor daquela boca. Ela carecia de ar, cadê o ar, faltava o ar, ai...”
Hannah, a que amava Jesus e que através dos lábios de João concretizava suas fantasias. O que não a impede de entregar-se com langor aos lábios e língua de João a percorrer seus pés.
“Exaurida.
Esvaída de si mesma.
Despossuída de um corpo ou uma alma...
...
Ela era simultaneamente Hannah e João nos pés de si própria.
...
Uma agonia de ver fenecida a sua vontade.
Uma agonia de se render a ele.”
Magnífica a transposição imagética de João para o século XXI, em plena representação de “A Paixão de Cristo”, em Nova Jerusalém, Pernambuco.
Mercedes não perde o tom, não há quebra – tudo se concatena harmonicamente. Até mesmo o esperado final feliz – sua união com o árabe Ibrahim. Eterno amor de menina-moça e do seu primeiro e inesquecível beijo.
“Ascenderemos
em comunhão
ao paraíso
santa heresia.”
O beijo é gozoso. A leitura também.
“A Volúpia dos Anjos”, de Mercedes Cavalcanti.
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