Mazza, por Paixão,
no Blog de Zé Beto
O nome Luiz Geraldo Mazza, por si só, é griffe. É sinônimo de bom caráter, cultura, profissionalismo, responsabilidade, solidariedade, justiça e sensibilidade. A simplicidade é quase franciscana, o que o torna muito maior e respeitado.
Mazza não usa carro. Anda sempre a pé. No máximo, pega um ônibus. Entre tudo o que já fez de bom, muitos fatos são anônimos. As histórias são inúmeras e deslumbram, embevecem o ouvinte, como o poema à jornalista Silvia Caciolari, de tanta delicadeza, sutileza e carinho. Mazza é assim: um espraiar de carinho, uma surpresa itinerante e surpreendente em cada esquina da vida, para cada alma e coração.
João Carlos von Knüppeln Almeida - também jornalista, poeta, repentista e articulista político - pai de meu filho, João Carlos Guilherme Welte von Knüppeln Almeida, e avô do meu neto João Léo de Lima Welte von Knüppeln Almeida, a quem ele não teve a alegria de conhecer, participava quase todas as manhãs dos programas de rádio da CBN.
Mas ao acordar, antes de se levantar, João Carlos esticava os braços, alcançava a carteira de Marlboro, no criado mudo, acendia um cigarro e o fumava de olhos fechados. Resultado: um enfisema pulmonar que o devorou em 14 anos de muito sofrimento, cirurgias, UTIs e desespero. O que prolongou a sua delicada vida foram a Rádio CBN, os seus profissionais e os seus ouvintes que interagiam com João Carlos, todos os dias.
Em 05 de novembro de 2000, como se estivesse se afogando no seco, João Carlos tentou desesperadamente respirar. O esforço suspendeu o seu corpo sobre a cama. Ele emitiu um grito agudo e horrível. Em seguida despencou. Deu um suspiro e morreu. Podem não acreditar, mas em segundos, vimos uma luz, como se fosse um raio de neon colorido, se desprender de seu peito e subir, serpenteando o ar. Era o fim de sua rica vida nesta terra.
Dias depois, ao chegar ao Palácio Iguaçu, aonde trabalhava, encontrei sobre a minha mesa uma fita K7 e um bilhete: “para a minha querida amiga, lembranças de um poeta que agora é estrela no firmamento”. Sem qualquer assinatura. Era a gravação do programa da CBN, daquele triste dia de luto, todinho dedicado ao João Carlos von Knüppeln Almeida. Lindo e emocionante. Um tesouro.
A delicadeza de gesto não precisava de assinatura. Era do nosso amado, respeitado e sensível amigo e colega Luiz Geraldo Mazza.
Ave! Mazza!
Meu filho, um anti-social por convicção, vai ao seu jantar para abraçá-lo. É a melhor maneira que ele encontrou para reverenciar você. É claro, eu jamais faltaria. Você merece todas as láureas e afeto.
Com enorme carinho e respeito;
Vania Mara Welte
Jornalista, amiga e sua fã ardorosa
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